Consciência Alimentar

  Para muitas pessoas o ato de se alimentar é algo prazeroso. Para outros, algo totalmente monótono. Mas e você, qual é seu relacionamento com a comida?
  A alimentação ocupa um papel central em nossas vidas, pois é um processo continuo e repetitivo. Então ter clareza sobre a forma como você se alimenta pode levar a uma relação mais harmoniosa com o alimento, e é importante salientar que não existe um modelo alimentar único no mundo. A alimentação é expressão da cultura, do tipo de vida que se leva, da relação que estabelecemos com o tempo, o cuidado, o trabalho e a natureza.
  Praticar a consciência alimentar acima de tudo, não deve tirar o prazer de comer. Mas não podemos negar que ter consciência alimentar é uma mudança de hábito. E se você deseja a partir de agora mudar isso, esteja aberto a lidar com a mudança. Só assim ela será efetiva.
  A prática da consciência alimentar também requer adaptações. Você já ouviu falar da metodologia scrum? Ela é uma metodologia ágil, muito usada por empresas que trabalham com software onde basicamente é feito um planejamento do produto, depois é aplicado o produto em formato de teste, e desta aplicação surge demandas de mudança e o ciclo se repete até ficar um produto funcional. O mesmo vale para nossas mudanças de hábito, seja ela qual for. Sempre dizemos que as dietas são diferentes para cada pessoa, justamente por isso. O que funciona para seu colega nem sempre vai funcionar para você, é necessário fazer um planejamento alimentar de acordo com sua realidade de vida, e se necessário ir adaptando até que fique funcional.
  Um dos primeiros passos para praticar a consciência alimentar é identificar o tipo da sua fome, pois existem duas: A fome fisiológica, que surge de forma gradual, não há desejo por alimentos específicos e desaparece após comer. E a fome psicológica, que surge subitamente, há desejo por alimentos específicos e é sempre intensa.
  O segundo passo é praticar a racionalização ao se alimentar. A alimentação não deve ser irracional, precisamos sempre refletir: O que eu quero comer? Estou realmente com fome? Porquê quero comer isso? Já estou satisfeito? Essa racionalização não serve para gerar culpa, mas sim para você identificar os motivos da sua fome/desejo e fazer escolhas conscientes. E uma escolha consciente dificilmente provocará sentimento de culpa.
  Terceiro passo: Não coma suas emoções. Você já teve aquele pensamento: Estou triste (mereço um sorvete), estou cansado (a) (mereço uma coxinha com refrigerante), estou ansioso (a) ou entediado (a) (preciso comer alguma coisa). Nestes momentos é importante lembrar que na nossa vida a comida tem seu papel, porém este papel não deve ser o de aplacar o tédio, aliviar a angústia ou entorpecer nossas dores. Fome é fome, tédio é tédio, emoção é emoção. Não é saudável misturar as coisas.
  Uma técnica interesse para praticar a consciência alimentar é a do "Mindful Eating" (Comer com atenção plena e com a mente calma) Isso nos leva a sair do automatismo alimentar e identificar alguns aspectos do nosso corpo, como entender o que te faz mal e quais são suas necessidades. Então que tal na sua próxima refeição você perceber melhor o que está no seu prato, as cores, formas, aromas da refeição e mastigar com calma para de fato sentir o sabor de cada coisa e dar uma atenção maior para o ato de se alimentar.
  Para finalizar, outra dica importante é criar o hábito de fazer compras e ao chegar em casa, higienizar as frutas, verduras, legumes e desenvolver habilidades culinárias. Todas estas práticas são extremamente importantes para desenvolver o comer racional e consciente.