Adolescência e escolha profissional

            Qual o papel dos responsáveis, neste momento importante na vida dos filhos? Antes de tentar ajudar precisamos entender: “Os jovens de hoje gostam do luxo. São mal comportados, desprezam a autoridade. Não têm respeito pelos mais velhos e passam o tempo a falar em vez de trabalhar.” Essa frase foi dita por Sócrates em (470-399 A.C.) e de lá para cá muitas coisas mudaram, mas a adolescência ainda é uma fase de formação de identidade, onde momentos de inconstância, questões amorosas, duvidas e preguiça são comuns.

            Em meio a essas importantes “questões existenciais”, se apresenta a necessidade de escolher uma profissão, pois é preciso prestar um vestibular, entrar em uma universidade e começar a trabalhar. Para os adultos parece natural, pois já passaram por tudo isso, mas para o jovem é extremamente estressante. Os pais ficam aflitos e ansiosos para saber se os filhos conseguirão escolher, e geralmente sim. Mas é importante saber não influenciar rigorosamente, e sim conduzir à reflexão, ajudar a olhar mais adiante: a inserção no mercado de trabalho, qualidade de vida, questão salarial, realização profissional. Também olhar para o financeiro da família, se será possível manter o jovem no curso, se morar longe é uma opção e etc.

            As experiências do ensino médio, mesmo sendo geralmente limitadas, são onde os estudantes mais se apegam para a escolha da profissão, por exemplo: teve notas satisfatórias em uma atividade de gramática e decide fazer Letras, gosta de mexer no computador e opta pela faculdade de tecnologia, isso pode dar certo, mas não é suficiente. Conversar com alguém da área, pesquisar as matérias do curso, procurar as vagas de trabalho para os formandos e o preço do curso nas instituições privadas, devem ser consideradas. Já falamos em outros artigos aqui no blog, que às vezes é possível trabalhar com aquilo que mais gostamos, mas dependendo de nossos valores, isso será melhor explorado se ficar na categoria de “hobby”.

            O fato é que nossos jovens são obrigados a fazer escolhas muito importantes com pouca idade, a pressão social e o peso de saber que essas escolhas o afetarão para sempre causam um desconforto enorme. Então vale lembrá-los que isso não é o “fim do mundo” sempre é possível mudar de ideia e começar outro curso se não estiver satisfeito, os pais devem estar cientes e não criar muita expectativa em torno de uma decisão tomada aos 17 anos de idade. Aos adolescentes é preciso imergir de fato e estudar cada aspecto, para viver esse momento de maneira saudável e tomar uma decisão consciente.

- Josiane Scharneski