Paciência: Pra que te quero?

 

A paciência potencializa a tranquilidade e contribui na compreensão, auxiliando na resolução de situações complexas. Indivíduos mais calmos e pacientes são capazes de analisar melhor assituações antes de agir. Sem paciência ficamos mais expostos aos sentimentos explosivos, geralmente essas explosões contêm um “gatilho”, que ao ser disparado libera sentimentos de frustração e ansiedade.

Talvez possamos dizer que o contrário da paciência seja a ansiedade, pois enquanto “ter paciência” remete a tranquilidade de viver o momento, a ansiedade é um estado de antecipação. Existe uma dose de criatividade na ansiedade, pois há a criação de um cenário futuro que ainda não existe e que pode vir a nunca existir. Alguns cenários podem nos assombra em pensamento e nos tirar a paz, isso ocorre principalmente em situações que fogem de nosso controle.

Uma prática usada com sucesso em ambientes empresariais para auxiliar nesse movimento de acalmar a mente é o Mindfulness – que vem a ser o estado de presença, atenção plena ao momento que estamos vivendo no agora, sem dramas passados ou ansiedades futuras, a concentração total no presente. Isso porque, quando perdemos a paciência com alguém ou alguma coisa, o real motivo se dá exclusivamente por conta da atual situação, mas sim a partir de uma série de outras coisas que nos levaram àquele ponto – isto é, nós somamos diversas situações mal resolvidas e perturbadoras, criando assim um depósito. Acumular essas situações por tanto tempo e encontrar o gatilho faz com que acabemos colocando tudo pra fora de maneira desordenada.

Em outras palavras, geralmente aquilo que nos causou um sentimento de frustração tem, na verdade, um ou mais fatores agravantes que estão em segundo plano nos incomodando de maneira a perdermos a calma. Acabamos somatizando diversas situações e perdemos o equilíbrio em momentos de incertezas e preocupações.

Nesse tempo em que estamos vivendo o isolamento social, provocado pelo covid-19, a insegurança se faz presente, ela nos acompanha sempre em segundo plano causando um mal-estar coletivo, que também acaba se tornando um momento de stress e medo em relação ao futuro muito individual.

Por enquanto ainda estamos todos aprendendo a lidar com isso, e não existem respostas exatas sobre essa situação, mas a certeza é que isso nos afeta e que é preciso ser paciente, uma vez que essa é uma situação que foge de nosso controle.

Na prática, não tem muito segredo, o jeito é analisar e tentar perceber de que maneira essa situação tem se somado às questões básicas do dia a dia, como isso tem afetado as pessoas que estão perto de você e como ser paciente consigo mesmo.

Apesar do momento delicado (a frase é clichê, mas verdadeira) estamos todos no mesmo barco, e precisamos ter paciência uns com os outros. Tente observar os problemas com uma visão de fora e faça o exercício de pensar como você estaria lidando com isso a algum tempo atrás, busque se conectar com o momento presente, quando estiver conversando com seus pais, por exemplo, limpe sua mente e se concentre naquilo que eles estão falando e nas respostas que esse diálogo exige de você, de maneira a estar 100% atento, para que você não “desconte” coisas do trabalho na sua família, e vice-versa.

Uma coisa que ajuda muito a nos mantermos tranquilos é manter a rotina, claro que para muitos de nós a rotina teve que ser adaptada, mas manter horários de alimentação, frequência de estudos e qualidade do sono é fundamental. Mesmo que os estudos pareçam um pouco confusos agora e que as aulas on-line não sejam o que você estava acostumado, persista nesses bons hábitos e conecte-se com o que você está fazendo agora e faça com qualidade uma coisa de cada vez.

Perguntas para reflexão:

• Quais as situações que estão fora do seu controle e que tem se somado no seu dia a dia te trazendo impaciência? Faça uma lista do que está em “segundo plano” e vem afetando seu humor.

• O que te acalma e te traz paz?

• Segundo as pessoas que te conhecem, o que elas têm notado que te “tira do sério” quais os gatilhos que você tem e muitas vezes não havia notado?

 

Boa reflexão e boa sorte!

 

Josiane Scharneski