O tempo não para: Futuro, faculdade e vida acadêmica: Será que isso é pra mim?

Se você está se fazendo essa pergunta: Será que faculdade é pra mim? A resposta é: Depende, você quer isso? Se você quer mesmo, então a resposta é sim. Sabemos que existem outros caminhos para ser um profissional e não podemos ter preconceito com quem escolhe outras formas de ganhar a vida. Então como decidir o que fazer? Bom, se você já sabe ou ainda está com dúvidas com as futuras escolhas, vou relatar algumas experiências próprias.

Sonhos: Vou começar contando um pouco dos meus sonhos, pois faço coleções deles desde pequena. Alguns são mais fáceis de se tornar realidade, outros mais difíceis, outros a gente perde com o passar do tempo: eu por exemplo, queria ser astronauta quando era criança. Mas um sonho que me acompanhou por grande parte da adolescência foi o de entrar numa universidade pública.

E o que ajuda na hora de tirar os sonhos do mundo da imaginação e colocá-los em prática?

Ensino Médio: Neste sentido, eu me sinto privilegiada por vários motivos: a importância do colégio neste processo; das e dos professores que sempre citavam sobre o ENEM, explicação sobre o vestibular e me estimulavam a fazer visita em feiras de profissões.

Família: Eu não tinha nenhum exemplo dentro da minha família, ninguém numa universidade federal, meus pais sem concluir o ensino médio. Porém foi justamente deles que veio minha maior motivação. A família, querendo ou não, também exerce papel fundamental durante este processo. Este apoio para mim foi fundamental. - Mas aqui também pode haver o lado negativo, algumas famílias podem te jogar pra baixo, tente identificar se isso acontece com você e como fugir de uma situação negativa, você não precisa repetir os erros dos seus pais.

Amigos: Eles representam apoio e aquela rede de proteção, até mesmo emocional que te ajuda a se manter no objetivo, mas nem sempre esse apoio vem dos amigos então é preciso estar vigilante nesse ponto também.

Influência: Por mais que não notemos, somos influenciados a todo momento, uma dica aqui seria você encontrar alguém que admira e buscar se aproximar dessa pessoa para de certa forma seguir os passos dela– isso pode ajudar a humanizar o processo.

Mas mesmo com tudo isso eu me sentia um tanto insegura. Insegurança por ser de uma escola pública; pela fama “elitista” essa é uma palavra difícil de se lembrar e significa que em muitos casos somente as pessoas com mais poder aquisitivo conseguem uma vaga, pois diante da concorrência, muitos alunos recorrem a cursinhos caros para conseguir passar, o que alunos de classe média baixa que não tem como competir nesse quesito, acabam ficando em desvantagem na concorrência por essas vagas.  As dúvidas sobre a escolha do curso eram tantas que eu precisei parar e respirar um pouco.

Pausa: As vezes são importantes. A gente não precisa sair do ensino médio e já ir direto para uma faculdade. Existe uma cobrança enorme em cima de nós durante o ensino médio, principalmente no último ano. Mas se você precisar parar, tomar um pouco de tempo para agilizar as coisas e suas escolhas, tá tudo bem. Precisamos entender que somos diferentes uns dos outros, temos nosso próprio ritmo e tempo. E aí começa a parte mais importante do meu sonho, a inserção no mundo real.

Traçar caminhos:

Primeiro) eu ainda não me sentia segura para prestar o vestibular, então uma das primeiras coisas que fiz foi me matricular num cursinho preparatório. Isso envolveu pesquisa, orçamento, comparação valores X qualidade. Trabalhar durante a semana e estudar aos finais de semana e feriados, esta foi minha rotina durante o ano todo.

Segundo) eu tinha dúvidas em relação a dois cursos o que me exigiu ainda mais pesquisas. Qual curso era mais minha cara? Quais as áreas de atuação da profissão? Como se dá a inserção no mercado de trabalho? Para responder tudo isso, fui atrás de estudantes, profissionais, fui ler a respeito e finalmente, depois de muito trabalho, eu escolhi o Serviço Social (ou ele me escolheu?)

Terceiro) a escolha da instituição. Antes mesmo de decidir o curso eu já sabia que queria ingressar na UFPR, mas eis que surge um grande desafio quando por fim escolho o Serviço Social: o setor do curso não ficava em Curitiba. Isso é de extrema importância, parece obvio, mas muitas pessoas não sabem - que não é toda faculdade que tem todos os cursos, precisa pesquisar qual curso tem em qual instituição.

É neste momento que cai a ficha que alguns sonhos nos fazem abrir mão de algumas coisas e isso nem sempre é fácil. Lógico que Matinhos não ficava do outro lado do mundo, mas eu tinha toda uma estabilidade em Curitiba: meus pais, amigos, um emprego, uma casa, apoio. O que fazer?

Eu, como a boa sonhadora que sou, optei por continuar meus planos e comecei a me planejar não só para o vestibular, mas para uma futura mudança. 

Quarto) Plano B. Mas e se não desse certo? E se eu não conseguisse entrar na UFPR aquele ano? Ai que surgem nossos planos secundários, nossos outros caminhos. Vou tentar só o vestibular? Faço o ENEM e tento entrar em outra instituição? Opto por uma faculdade privada?

Além de tudo isso que eu contei para vocês, quero compartilhar algumas coisas que me ajudaram no processo de escolha na época de vestibulanda e outras que só fui descobrir depois de estar dentro da universidade, mas que podem te ajudar também.

1. Você sabia que existe diferença entre faculdade, centro universitário e universidade? Às vezes essas coisas passam despercebidas, mas dependendo do que você quer para seu futuro, isso pode fazer a diferença. Se você por exemplo, possui interesse em participar de pesquisas ou seguir carreira acadêmica, talvez a universidade seja uma boa opção. Agora se seu foco é buscar formação em determinada área, mais focado para o mercado profissional, talvez seja mais prático uma faculdade. Eu não estou falando que uma coisa é melhor ou pior que outra, mas sim que você pode escolher aquilo que mais se enquadra no que você deseja.

2. Você sabia que existem diferença entre os tipos de graduação também? Temos os cursos bacharelados, são cursos mais amplos, por exemplo se você faz Jornalismo, você pode trabalhar como redator, jornalista, repórter… normalmente eles têm duração de 4 a 6 anos. Também tem os cursos tecnológicos, que são diferentes dos cursos técnicos, eles formam profissionais para trabalharem em áreas mais específicas do mercado, por exemplo logística. E as licenciaturas, que formam professores, pessoas capacitadas para dar aula, por exemplo história.

            Essas são algumas reflexões que foram importantes para a minha história, e compartilho aqui para ajudar na sua decisão, outra coisa que pode ajudar muito é a mentoria e plano de carreira. A equipe da DMS pode te ajudar com isso, basta você entrar em contato. Termino aqui com uma frase clichê, mas que faz muito sentido nesse contexto: “O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos sonhos” a vida, até onde sabemos, é uma só e por isso, se você tem vontade de mudar de carreira, fazer outra faculdade ou ingressar na graduação, se esforce pra isso, por mais difícil e desafiador que pareça, vai valer a pena.

 

- Texto por Layliane Kawane.

 Acadêmica de Serviço Social da UFPR.